Viver com OGM – uma carta da America

Uma carta aberta aos cidadãos, políticos e reguladores do Reino Unido e do resto da UE sobre os riscos das culturas geneticamente modificadas.

Escrevemos esta carta enquanto cidadãos preocupados para partilhar convosco a nossa experiência de plantações de organismos geneticamente modificados (OGM) e os estragos que provocaram ao nosso sistema agrícola e a adulteração dos nossos alimentos.

No nosso país, o cultivo de OGM já representam cerca de metade da área cultivada. Cerca de 94% da soja, 93% do milho e 96% do algodão cultivados são OGM.1

O Reino Unido e o resto da UE ainda não adotaram o cultivo de OGM como existe aqui, mas já estão sob uma tremenda pressão dos governos, lóbistas da biotecnologia, e grandes empresas para adotarem o que nós hoje consideramos uma tecnologia agrícola fracassada.

As sondagens mostram de forma cosistente que 72% dos norte-americanos não querem comer alimentos com OGM e mais de 90%  defendem que os alimentos com OGM devem conter essa informação visível nos rótulos.2

Apesar desta opinião massiva, os esforços para que os nossos governos federal3 e estaduais4 regulem melhor ou simplesmente rotulem os OGM estão a ser atacados pelas grandes empresas alimentares e de biotecnologia, que dispõem de orçamentos ilimitados5 e influência desmedida.

Enquanto avaliam a vossa escolha, gostaríamos de partilhar convosco o que nos trouxeram quase duas décadas de cultivos de OGM nos Estados Unidos. Cremos que a nossa experiência serve de aviso para o que pode acontecer aos vossos países se quiserem seguir esse caminho.

Promessas não cumpridas 

O cultivo de OGM foi lançado no mercado com as promessas de que iria aumentar o rendimento e diminuir o uso de pesticidas. Não cumpriu nenhuma delas.6 De facto, um relatório governamental recente indica que o rendimento dos cultivos de OGM podem ser mais baixos que os seus equivalentes sem OGM.7

Disseram aos agricultores que os cultivos de OGM iriam também render mais lucros. A realidade, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA, é diferente.8 O lucro é muito variável, enquanto o custo de cultivar estas plantações subiu em espiral.9

As sementes de OGM não podem ser guardadas para replantar, o que significa que os agricultores têm de comprar sementes novas todos os anos. As empresas de biotecnologia controlam o preço das sementes, que custam aos agricultores entre 3 a 6 vezes mais do que as sementes convencionais.10 Isto, combinado com a quantidade de químicos que a plantação requer, significa que o cultivo de OGM sai mais caro do que o cultivo convencional.

Devido à importância desproporcionada dos cultivos OGM, as variedades de sementes tradicionais já não estão tão disponíveis, o que deixa os agricultores com menos poder de escolha e de controlo sobre o que estão a plantar.11

Os agricultores que escolheram não cultivar OGM podem encontrar os seus campos contaminados com os cultivos OGM, em consequência da polinização cruzada entre espécies próximas de plantas12 e ao facto das sementes OGM e não-OGM serem misturadas no armazenamento.

Por causa disso, os nossos agricultores têm perdido mercado de exportação. Muitos países têm restrições ou pura e simplesmente proíbem o cultivo ou a importação das colheitas com OGM,13 e em resultado disso essas colheitas tornaram-se responsáveis pelo aumento de conflitos comerciais quando os carregamentos de cereais aparecem contaminados com OGM.14

O florescente mercado de produtos biológicos aqui nos EUA também está a ser afetado. Muitos produtores biológicos perderam contratos de sementes devido ao alto nível de contaminação. Este problema está a aumentar e espera-se que se torne muito maior nos próximos anos.

Pesticidas e “super-ervas daninhas”

Os géneros mais cultivados de OGM são conhecidos como os cultivos ‘Roundup Ready’. Estas plantações, sobretudo de milho e soja, foram transformadas geneticamente de forma a que quando são pulverizadas com o herbicida Roundup – cujo ingrediente ativo é o glifosfato – as ervas daninhas morrem mas o cultivo continua a crescer.

Isto criou um círculo vicioso. As ervas daninhas ganharam resistência ao herbicida, obrigando os agricultores a pulverizarem cada vez mais. O uso mais intensivo dos herbicidas cria ainda mais “super-ervas daninhas” e um uso ainda mais intensivo dos herbicidas.

Um estudo recente concluiu que entre 1996 e 2011 os agricultores que plantaram com Roundup Ready gastaram mais 24% de herbicida que os agricultores não-OGM no mesmo cultivo.15

Se contiuarmos nesta trajetória com o cultivo Roundup Ready assistiremos a um aumento de 25% no uso de herbicida a cada ano que passa.

Esta tendência no uso de pesticidas significou que na última década surgiram nos EUA pelo menos 14 novas espécies de ervas daninhas resistentes ao glifosfato,16 e mais de metade das quintas norte-americanas estão afetadas por ervas resistentes aos pesticidas.17

As empresas de biotecnologia, que vendem quer as sementes quer os herbicidas18 propuseram enfrentar este problema através da criação de novas variedades de cultivo capazes de suportar herbicidas ainda mais fortes e tóxicos como o 2,4-D e dicamba.

No entanto, prevê-se que caso sejam aprovadas estas novas variedades, isso poderia aumentar até 50% o uso de herbicidas.19 

Danos ambientais

Os estudos comprovaram que o uso crescente de herbicidas nos cultivos com Roundup Ready é altamente destrutivo para o meio ambiente. Por exemplo, o Roundup mata a planta do género Asclepias, que é a fonte essencial de alimento para a emblemática borboleta monarca20 e constitui uma ameaça para outros insetos importantes como as abelhas.21

Também é prejudicial para o solo, matando organismos benéficos que o mantêm saudável e produtivo22 e fazendo desaparecer micronutrientes essenciais à planta.23

Outros tipos de plantas OGM, que foram alteradas para produzir o seu próprio inseticida (por exemplo, as planta de algodão “Bt”) também são apontadas como prejudiciais aos insetos benignos como os crisopídeos,24 a pulga de água Daphnia magna,25 outros insetos aquáticos26 e as joaninhas.27

A resistência destas plantas aos inseticidas também está a aumentar,28 criando novas variedades de “superinsetos” e exigindo mais aplicação de pesticidas em diferentes momentos do ciclo de crescimento, por exemplo na semente antes de ser plantada.29 Apesar disso, novas variedades de milho e soja Bt já foram aprovadas e irão em breve ser plantadas.

Uma ameaça para a saúde humana

Os ingredientes OGM estão por todo o lado na nossa cadeia alimentar. Estima-se que 70% dos alimentos processados que se consomem nos EUA sejam produzidos com ingredientes OGM. Se incluirmos os produtos com origem em animais alimentados com OGM, a percentagem aumenta substancialmente.

Os estudos demonstram que as colheitas Rounduop Ready contém muitas vezes mais glifosfatos, e o seu  produto de decomposição tóxica AMPA, do que as colheitas normais.30

 

Foram encontrados vestígios de glifosfato no leite materno e na urina das mulheres norte-americanas, bem como na água que bebem.31 Os níveis no leite materno são particularmente preocupantes – cerca de 1600 vezes mais do que é permitido na água potável na Europa.

Ao ser passado para os bebés através do leite materno, ou da água usada nos biberões, isso representa um risco inaceitável para a saúde infantil, dado que o glifosfato é apontado como um desregulador hormonal.32 Estudos recentes também sugerem que este herbicida é tóxico para o esperma.33

Da mesma forma, vestígios da toxina Bt foram encontrados no sangue das mães e dos seus bebés.34

Os alimentos OGM não foram sujeitos a testes em humanos antes de serem libertados para a cadeia alimentar e os impactos para a saúde que advêm da circulação e acumulação nos nossos corpos não estão a ser estudados por nenhuma agência governamental, nem pelas empresas que os produzem.

No entanto, os estudos sobre animais alimentados com produtos contendo OGM e/ou glifosfato mostram tendências preocupantes, incluindo danos para os órgãos vitais como o fífado ou os rins, danos para a flora e tecidos intestinais, desregulação do sistema imunitário, anomalias na reprodução e até tumores.35

Estes estudos científicos apontam para problemas potencialmente sérios para a saúde humana que não podiam ser previstos quando o nosso país começou a adotar os OGM, e que continuam a ser ignorados por aqueles que nos deviam proteger.

Em vez disso, os nossos reguladores confiam em estudos ultrapassados e outra informação financiada e fornecida pelas empresas de biotecnologia que, sem surpresa, rejeitam todas as preocupações sobre a saúde.

Uma negação da ciência

Esta distorção da ciência empresarial surge em claro contraste com as descobertas dos cientistas independentes.

De facto, em 2013, cerca de 300 cientistas independentes de todo o mundo lançaram um alerta público de que não existe um consenso científico sobre a segurança de consumir alimentos geneticamente modificados, e que os riscos, tal como demonstrado pelas investigações independentes, davam “sérias razões para preocupação”.36

Não é fácil para cientistas independentes como estes levantarem a voz. Quem o faz já enfrentou obstáculos à publicação dos seus resultados, foi sistematicamente vilipendiado pelos cientistas pró-OGM, viu ser negado o financiamento à sua investigação, e nalguns casos viu o seu emprego e carreira ameaçados.37

Controlo do fornecimento alimentar

Através da nossa experiência pudemos compreender que a modificação genética dos alimentos nunca se deveu à busca do bem público, ou a dar comida a quem tem fome, ou a apoiar os agricultores. Nem tem nada a ver com a escolha do consumidor. Ao invés, trata-se do controlo privado e empresarial do sistema alimentar.

Este controlo estende-se às áreas da vida que afetam profundamente o nosso bem estar do dia a dia, incluinado a segurança alimentar, ciência e democracia. Ele debilita o desenvolvimento de uma agricultura genuinamente sustentável e amiga do ambiente, e impede a criação de uma oferta de alimentos transparente e saudável para todos.

Hoje nos EUA, da semente até ao prato, a produção, distribuição, marketing, testes de segurança e consumo de alimentos, são controlados por uma mão-cheia de empresas, muitas das quais têm interesses comerciais na tecnologia de manipulação genética.

Eles criam os problemas e depois vendem-nos as supostas soluções num ciclo fechado de geração de lucros que não tem igual em qualquer outro tipo de comércio.

Todos precisamos de comer, e é por isso que todos os cidadãos devem fazer um esforço para entender estes assuntos.

Chegou a hora de levantar a voz!

Os norteamericanos estão a colher os impactos nocivos desta arriscada e não comprovada teconologia agrícola. Os países da União Europeia devem tomar nota: não existem benefícios no cultivo de OGM que compensem estes impactos. As entidades responsáveis que continuam a ignorar este facto são culpados de negligência grosseira do seu dever.

Nós, abaixo-assinados, partilhamos convosco a nossa experiência e o que aprendemos, para que vocês não cometam os nossos erros.

Apelamos fortemente a que resistam à aprovação dos cultivos geneticamente modificados, a que recusem plantar os cultivos que já foram aprovados, a que rejeitem a importação e/ou venda de alimentos ou rações animais que contenham OGM, e a que levantem a voz contra a influência empresarial sobre as políticas, a regulação e a ciência.

Se o Reino Unido e o resto da Europa se tornarem no novo mercado para os cultivos e alimentos geneticamente modificados, o nosso esforço para rotular e regular os OGM vão tornar-se ainda mais difíceis, senão impossíveis. Se esses esforços fracassarem, as vossas tentativas para manter os OGM fora da Europa irão também fracassar.

No entanto, se trabalharmos juntos, podemos revitalizar o nossos sistema global de alimentação, assegurando um solo saudável, campos saudáveis, comida saudável e pessoas saudáveis.

 

References

1 Adoption of Genetically Engineered Crops in the US 1996-2014 – Recent Trends in GE Adoption, United States Department of Agriculture (USDA), July 2014, http://www.ers.usda.gov/data-products/adoption-of-genetically-engineered-crops-in-the-us/recent-trends-in-ge-adoption.aspx#.U9aA4fldUz0

2 Consumer Support for Standardization and Labeling of Genetically Engineered Food 2014 Nationally‐Representative Phone Survey, Consumer Reports® National Research Center Survey Research Report, https://consumersunion.org/wp-content/uploads/2014/06/2014_GMO_survey_report.pdf ; see also Brinkerhoff N, Americans overwhelmingly want GMO labelling…until big companies pour money into election campaigns, AllGov News, January 7, 2014 http://www.allgov.com/news/where-is-the-money-going/americans-overwhelmingly-want-gmo-labelinguntil-big-companies-pour-money-in-election-campaigns-140107?news=852102

3 GE Food Labelling: States Take Action, Fact Sheet, Center for Food Safety, June 2014, http://www.centerforfoodsafety.org/files/ge-state-labeling-fact-sheet-620141_28179.pdf

4 ibid

5 Jargon J and Berry I, Dough Rolls Out to Fight ‘Engineered’ Label on Food, Wall Street journal, October 25, 2012, http://online.wsj.com/news/articles/SB10001424052970203400604578073182907123760

6 Benbrook C. Evidence of the magnitude and consequences of the Roundup Ready soybean yield drag from university-based varietal trials in 1998: Ag BioTech InfoNet Technical Paper Number 1. Sandpoint, Idaho; 1999, http://www.mindfully.org/GE/RRS-Yield-Drag.htm; see also Elmore RW, Roeth FW, Nelson LA, et al. Glyphosate-resistant soyabean cultivar yields compared with sister lines. Agron J, 2001;93: 408-412; see also Ma BL, Subedi KD. Development, yield, grain moisture and nitrogen uptake of Bt corn hybrids and their conventional near-isolines. Field Crops Res. 2005; 93: 199-211; see also Bennett H. GM canola trials come a cropper. WA Business News. http://www.wabusinessnews.com.au/en-story/1/69680/GM-canola-trials-come-a-cropper January 16, 2009; see also Gurian-Sherman D. Failure to yield: Evaluating the performance of genetically engineered crops. Cambridge, MA: Union of Concerned Scientists; 2009. Available at: http://www.ucsusa.org/assets/documents/food_and_agriculture/failure-to-yield.pdf

7 Genetically Engineered Crops in the United States, USDA, Economic Research Services, February 2014 http://www.ers.usda.gov/publications/err-economic-research-report/err162.aspx#.U7vzi7Hrzbx

8 Fernandez-Cornejo J, Wechsler S, Livingston M, Mitchell L. Genetically engineered crops in the United States. Washington, DC: US Department of Agriculture; 2014. Available at: http://www.ers.usda.gov/publications/err-economic-research-report/err162.aspx#.U0P_qMfc26x

9 Fernandez-Cornejo J, McBride WD. The adoption of bioengineered crops. Agricultural Economic Report No. 810. Washington, DC: US Department of Agriculture; 2002, http://www.ers.usda.gov/publications/aer810/aer810.pdf; see also Gómez-Barbero M, Rodríguez-Cerezo E. Economic impact of dominant GM crops worldwide: A review. European Commission Joint Research Centre: Institute for Prospective Technological Studies; 2006, http://ftp.jrc.es/EURdoc/eur22547en.pdf; see also Benbrook CM. Impacts of genetically engineered crops on pesticide use in the United States: The first thirteen years. Washington, DC: The Organic Center; 2009. Available at: http://www.organic-center.org/reportfiles/13Years20091126_FullReport.pdf; see also Howard P. Visualizing consolidation in the global seed industry: 1996-2008. Sustainability. 2009; 1: 1266-87; see also Neuman W. Rapid rise in seed prices draws US scrutiny, New York Times, March 11, 2010, http://www.nytimes.com/2010/03/12/business/12seed.html?_r=1.

10 Benbrook CM. The magnitude and impacts of the biotech and organic seed price premium. Washington, DC: The Organic Center; 2009. Available at: http://www.organic-center.org/reportfiles/Seeds_Final_11-30-09.pdf

11 Roseboro K, The GMO Seed Monopoly: Reducing Farmer’s Seed Options, Organic Connections, 16 April 2013 http://organicconnectmag.com/wp/the-gmo-seed-monopoly-reducing-farmers-seed-options/#.UW6i4LVllfY

12 D’Hertefeldt T, Jørgensen RB, Pettersson LB. Long-term persistence of GM oilseed rape in the seedbank. Biol Lett. 2008; 4: 314-317; see also Gilbert N. GM crop escapes into the American wild. Nature. 2010. Available at: http://www.nature.com/news/2010/100806/full/news.2010.393.html; see also Black R. GM plants “established in the wild”, BBC News, August 6, 2010, http://www.bbc.co.uk/news/science-environment-10859264.

13 The Cartagena Protocol on Biosafety to the Convention on Biological Diversity. http://bch.cbd.int/protocol/default.shtml; see also GMO-Free Europe, http://www.gmo-free-regions.org.

14 Technical consultation on low levels of genetically modified (GM) crops in international food and feed trade, Food and Agriculture Organization of the United Nations, Rome, Italy March 21-22, 2014, http://www.fao.org/fileadmin/user_upload/agns/topics/LLP/AGD803_4_Final_En.pdf.

15 Benbrook CM, Impacts of genetically engineered crops on pesticide use in the US – the first sixteen years, Environmental Sciences Europe, 2012; 24: 24, doi: 10.1186/2190-4715-24-24

16 USDA 2014, op cit

17 The Rise of Superweeds – and What to Do About It, Union of Concerned Scientists, Policy Brief, December 2013, http://www.ucsusa.org/assets/documents/food_and_agriculture/rise-of-superweeds.pdf

18 Superweeds – How biotech crops bolster the pesticide industry, Food & Water Watch, July 2013 http://documents.foodandwaterwatch.org/doc/Superweeds.pdf#_ga=1.262673807.2090293938.1404747885

19 Benbrook CM, 2012, ibid

20 Brower LP, Decline of monarch butterflies overwintering in Mexico: is the migratory phenomenon at risk?, Insect Conservation and Diversity, Volume 5, Issue 2, pages 95-100, March 2012, http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1752-4598.2011.00142.x/full

21 Garcia, MA and Altieri M, Transgenic Crops: Implications for Biodiversity and Sustainable Agriculture. Bulletin of Science, Technology & Society, 2005; 25(4) 335-53 DOI: 10.1177/0270467605277293; see also Haughton, A J et al Invertebrate responses to the management of genetically modified herbicide tolerant and conventional spring crops. II. Within-field epigeal and aerial arthropods. Philosophical Transactions of the Royal Society of London B, 2003; 358: 1863-77; see also Roy, DB et al Invertebrates and vegetation of field margins adjacent to crops subject to contrasting herbicide regimes in the Farm Scale Evaluations of genetically modified herbicide-tolerant crops, Philosophical Transactions of the Royal Society of London B, 2003; 358: 1879-98.

22 Glyphosate herbicide affects belowground interactions between earthworms and symbiotic mycorrhizal fungi in a model ecosystem. Nature Scientific Reports, July 9, 2014, 4: 5634, DOI: doi:10.1038/srep05634; Citizens Concerned About GM, Suffocating the soil: An “unanticipated effect” of GM crops, 15 March 2013, http://www.gmeducation.org/environment/p207351-suffocating-the-soil:-anunanticipated-effectof-gm-crops.html.

23 Tapesser B et al, Agronomic and environmental aspects of the cultivation of genetically modified herbicide-resistant plants A joint paper of BfN (Germany), FOEN (Switzerland) and EAA (Austria), Bonn, Germany 2014, http://www.bfn.de/fileadmin/MDB/documents/service/skript362.pdf.

24 Tapesser B et al, 2014, op cit

25 Tapesser B et al, 2014, op cit

26 Rossi-Marshall EJ et al, Toxins in transgenic crop byproducts may affect headwater stream ecosystems, PNAS, 2007, 104(41): 16204-16208, http://www.pnas.org/content/104/41/16204.abstract.

27 Tapesser B et al, 2014 op cit; see also Schmidt JEU, Braun CU, Whitehouse LP, Hilbeck A: Effects of activated Bt transgene products (Cry1Ab, Cry3Bb) on immature stages of the ladybird Adalia bipunctata in laboratory ecotoxicity testing, Arch Environ Contam Toxicol 2009, 56:221-228, http://link.springer.com/article/10.1007%2Fs00244-008-9191-9.

28 Gassmann AJ et al, Field-evolved resistance by western corn rootworm to multiple Bacillus thuringiensis toxins in transgenic maize, Proc Natl Acad Sci, 2014 ; 111(14): 5141-46, http://www.pnas.org/content/111/14/5141; see also Letter from 22 Members and Participants of North Central Coordinating Committee NCCC46 and Other Corn Entomologists to US EPA, March 5, 2012, http://www.biosicherheit.de/pdf/aktuell/12-03_comment_porter_epa.pdf; see also Huang F et al, Resistance of sugarcane borer to Bacillus thuringiensis Cry1Ab toxin, Entomol Exp Appl, 2007; 124: 117-23, http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1570-7458.2007.00560.x/abstract;jsessionid=77E6295826AFA053813D7CFD5A1C15DB.f01t01?deniedAccessCustomisedMessage=&userIsAuthenticated=false; see also Tabashnik BE, et al, Insect resistance to Bt crops: Evidence versus theory, Nat Biotechnol, 2008; 26: 199-202, http://www.cof.orst.edu/cof/teach/agbiotox/Readings%202008/TabashnikBtResistInsects-NatBiotech-2008.pdf.

29 Leslie TW, Biddinger DJ, Mullin CA, Fleischer SJ. Carabidae population dynamics and temporal partitioning: Response to coupled neonicotinoid-transgenic technologies in maize, Env Entomol, 2009; 38: 935-43; see also Gurian-Sherman D. Genetically engineered crops in the real world – Bt corn, insecticide use, and honey bees. The Cornucopia Institute, January 13, 2012. http://www.cornucopia.org/2012/01/genetically-engineered-crops-in-the-real-world-bt-corn-insecticide-use-and-honey-bees

30 Bohn T et al, Compositional differences in soybeans on the market: Glyphosate accumulates in Roundup Ready GM soybeans, Food Chemistry, 2014; 153: 207-15;

31 Glyphosate testing report: Findings in American mothers’ breast milk, urine and water. Mom’s Across America, April 7, 2014, http://d3n8a8pro7vhmx.cloudfront.net/yesmaam/pages/774/attachments/original/1396803706/Glyphosate__Final__in_the_breast_milk_of_American_women_Draft6_.pdf?1396803706.

32 Gasnier C, et al, Glyphosate-based herbicides are toxic and endocrine disruptors in human cell lines, Toxicology, 2009; 262: 184-91. doi:10.1016/j.tox.2009.06.006; see also Hokanson R, et al, Alteration of estrogen-regulated gene expression in human cells induced by the agricultural and horticultural herbicide glyphosate, Hum Exp Toxicol, 2007; 26: 747-52, doi:10.1177/0960327107083453; see also Thongprakaisang S, et al, Glyphosate induces human breast cancer cells growth via estrogen receptors, Food Chem Toxicol, 2013; 59: 129-136. doi:10.1016/j.fct.2013.05.057.

33 Cassault-Meyer E et al, An acute exposure to glyphosate-based herbicide alters aromatase levels in testis and sperm nuclear quality, Environmental Toxicology and Pharmacology, 2014; 38(1): 131-40.

34 Aris A and Leblanc S, Maternal and fetal exposure to pesticides associated to genetically modified foods in Eastern Townships of Quebec, Canada, Reproductive Toxicology, 2011; 31(4): 528-533.

35 Fagan F et al, Chapter 3 – Health Hazards of GM Foods and Chapter 4 – Health Hazards of Roundup and glyphosate, in GMO Myths & Truths: An evidence-based examination of the claims made for the safety and efficacy of genetically modified crops and foods, Earth Open Source, 2nd Ed, 2014. (See also Séralini, GE et al Republished study: Long-term toxicity of a Roundup herbicide and a Roundup-tolerant genetically modified maize, Environ Sci Eur 2014; 26: 14)

36 Statement: No scientific consensus on GMO safety, European Network of Scientists for Social and Environmental Responsibility, October 21, 2013, http://www.ensser.org/increasing-public-information/no-scientific-consensus-on-gmo-safety.

37 Smith, J, GMO Researchers Attacked, Evidence Denied, and a Population at Risk, Global Research, September 19, 2012, http://www.globalresearch.ca/gmo-researchers-attacked-evidence-denied-and-a-population-at-risk/5305324; see also Waltz E, GM crops: Battlefield, Nature, 2009; 461, 27-32 doi:10.1038/461027a; see also Woodward L, Muzzled by Monsanto, Citizens Concerned About GM, May 4, 2014, http://www.gmeducation.org/blog/p217611-muzzled-by-monsanto.html.

 

The Letter from America is copyright © Beyond GM 2014

Traduzido por Luís Branco para o esquerda.net (Translation by by Luis White to esquerda.net)

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